sábado, 17 de julho de 2010

Saudades disso

Por Carol Santos, via Cruz de Savóia


Não tenho a menor dúvida que a Copa do Mundo é do caraleo. Adoro aquele amontoado de jogos e países tão dispares reunidos pelo mesmo objetivo: a busca da bonita taça de campeão que coroa e agracia com os louros da vitória aquela equipe que consegue passar pelo último adversário no dia do juízo final da competição. Tá certo que às vezes calha de chegar à final aquele time que não apresenta o melhor futebol do mundo, mas essas coisas acontecem.

Isso posto, preciso dizer: que saudades que eu estava de ir ao estádio! Que delícia poder participar da coisa novamente. Copa do Mundo é legal demais, mas acabamos nos tornando meros espectadores de aparelhos eletrônicos. Da mesma forma, ficamos reféns dos técnicos das emissoras que transmitem e decidem aleatoriamente quais lances repetir. Agora quando vamos ao estádio… Nos tornamos atores e participamos ativamente na construção da partida. Dependendo da fase do time, podemos classificá-la como tragédia ou comédia, na melhor definição aristotélica da coisa!

E que delícia poder novamente pisar em solo tão bom. Na entrada do Pacaembu as vozes em eco nos chegavam enquanto estávamos na catraca ansiosos por ultrapassar aquela barreira eletrônica e humana. Gente demais na fila. Aparelhos não demorem tanto para aceitar o passe que nos separa do encantamento. E quando finalmente conseguimos pisar em solo santo, diversos aglomerados em todos os setores do estádio. Não que estivesse lotado. Mas as pessoas se juntavam em montinhos, como que procurando fugir do frio que fazia, para que pulando em grupos um pouco de calor coletivo pudesse ser sentido.

Mas nem o frio e nem a chuva que caiu incessantemente diminuiram o ânimo do torcedor palestrino. E fizemos nosso papel de torcida que canta e vibra, com uma alegria pura e inocente de crianças que acabaram de ganhar um presente que muito queriam. Os abraços nos conhecidos foram mais apertados do que o comum e os olhares trocados até entre desconhecidos, mais cúmplices: agora vai!

Agora sim. Agora temos alguém com colhões à frente do Verdão, senhores! Com bagos, com bolas! Temos um Homem comandando o Palestra Itália. H-O-M-E-M! Diferente de todos os lixos dos últimos tempos. Isso é tão tátil que até a postura dos jogadores que vestem nosso manto sagrado, mudou. Ele não estava no banco ontem, tudo bem. Mas saber que é nosso e que teve hombridade para ficar no clube em meio a tanta especulação, enche o coração da gente, reacende aquele sentimento de confiança no próximo e nos faz lembrar da época em que apenas a palavra do Homem bastava. E é isso que temos em nossa casa. Vida longa ao nosso técnico! Que  a era Felipão venha novamente, com tudo o que isso representa!

Image by Ricardo Matsukawa/Terra

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