sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Pátria Grande: O legado de Lula

O presidente brasileiro despediu-se ontem da Cúpula do MERCOSUL, deixando o fato consumado da integração Continental. Ainda ontem, foram aprovadas cláusulas que permitem o ingresso Cuba na organização.

Vitor Hugo disse certa vez (e se não disse deveria ter dito) que não há nada mais poderoso do que uma idéia que amadurece na hora certa. Cegos pelo rancor, o tucanos e sua mídia apátrida não percebem que a integração regional ou mesmo continental é algo inevitável.

Mais além da vontade, é uma necessidade de todas as nações, no Mundo globalizado e de capitalismo que atingiu o seu cume tecnológico. E que, por isso mesmo, entra em estado de desagregação.

Isto tudo para dizer que os medíocres não vêem, os mal intencionados fingem não ver e os estadistas não só vêem, como implementam estas idéias maduras e necessárias. Lula viu e implementou a idéia de integração da América do Sul. Por isso ele é muito mais estadista do que seus antecessores diplomados.

Só uma anta má intencionada não vê a importância não só do MERCOSUL como da União Sul- Americana (UNASUL) da qual ele é embrião. O comércio do Brasil com seus parceiros e visinhos já tem magnitude igual a de nossas transações com Europa, China e Estados Unidos, com a vantagem de que aqui exportamos produtos industriais e para os parceiros mais fortes, principalmente matérias primas.

É evidente, por igual, que quando fala por um continente inteiro, o Brasil é muito mais respeitado. E não há dúvida de que nossa liderança continental se dá de forma harmônica e natural, sem imposições ou truculências, graças à habilidade do Itamaraty.

Com a inclusão da Venezuela, o Mercosul consolida-se como uma potência econômica com produto bruto superior ao da França. Entretanto, quando a união continental se completar através da UNASUL, seremos 400 milhões de habitantes, uma das quatro maiores potências mundiais e a líder absoluta na produção de proteínas animal e vegetal, das quais o resto do Planeta depende absolutamente.

E isto não é sonho, é projeto a alcance da mão que, felizmente, já está em curso. A parte alienada de nossa classe média não é informada sobre isso. A mídia não lhe dá acesso a essas informações elementares. E faz assim, porque está articulada com os interesses estratégicos (permanentes) dos Estados Unidos que são antagônicos aos interesses vitais brasileiros.

Isto porque, manter este segmento médio e medíocre da sociedade brasileira em sua santa e preconceituosa ignorância, é exatamente a função da grande imprensa. Para isso, profissionais como Jabor, Augusto Nunes e Heródoto Barbeiro, por exemplo, empregam diariamente sua capacidade de trabalho e seu talento.

Ontem (quinta-feira) e hoje, em Foz do Iguaçu, Lula está-se despendido (ele exercia a presidência rotativa) do MERCOSUL e de seus companheiros desta viagem com roteiro e final felizes : a construção da Integração Sul-Americanas.

Esse grande salto na História só foi possível porque houve uma perfeita sintonia entre Lula e seu colega Néstor Kirchner, recém falecido. Assim como jamais teria sido consumada a União Européia, enquanto França e Alemanha não acertassem seus ponteiros, a União Sul-Americana só está tornando-se realidade, porque Brasil e Argentina se entenderam.

Para concluir: ontem, os integrantes da Cúpula do Mercosul aprovaram cláusula e medidas práticas que permitem a Cuba ingressar no Mercosul como “Estado associado”, o mesmo status atual da Bolívia e do Chile. É o primeiro passo para que, no futuro, quando e se houver interesse ou lógica política, a Ilha possa entrar na organização como membro pleno.

E isso poderia representar não só a redenção econômica de Havana, como a neutralização do sórdido e ilógico boicote econômico que os EUA mantém contra Cuba, por puro capricho arrogante dos poderosos.

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