De todos os dossiês ridículos que a mídia tenta jogar no colo do PT, esse é a obra máxima. Uma cartinha anônima virou DOSSIÊ PETISTA. No terrível dossiê, que ESQUENTOU A CAMPANHA, acusa-se Marina Mantega, filha do ministro da Fazenda, de perguntar ao diretor da Previ sobre as dívidas da empresa do namorado. Detalhe, não se acusa o interlocutor de sequer ter prestado atenção à pergunta da moça. Tudo teria ficado numa pergunta, alçada agora à condição de TRÁFICO DE INFLUÊNCIA.
O presidente do PSDB, Sergio Guerra, não tem medo de partilhar dessa estratégia risível e pisa bem fundo na lama:
O presidente nacional do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), teme que uma onda de dossiês contamine ainda mais a disputa eleitoral. Para o tucano, os petistas têm verdadeira obsessão e compulsão por dossiês.
“Eles são viciados em dossiês, é uma questão obsessiva e compulsiva do PT e do governo. Os petistas são cheios de hábitos estranhos” – disse Guerra, que também é coordenador da campanha presidencial de José Serra (PSDB).
Vamos tentar usar um pouco a razão. Em primeiro lugar, o suposto dossiê levantado pela Folha (eu vi a edição, o assunto ocupa a capa e várias páginas inteiras) não é, tecnicamente falando, um dossiê. É uma cartinha anônima apócrifa.
Se formos converter qualquer cartinha anônima apócrifa num terrível DOSSIÊ PETISTA, então existem milhões de DOSSIÊS PETISTAS rolando por aí.
O patético é que essa história não tem nada a ver com Dilma Rousseff. Afeta-a apenas porque é COISA DO PT, ajudando a fortalecer esse preconceito figadal de setores intelectualmente vulneráveis da classe média contra o partido de Dilma. Mas sequer a atinge diretamente. E nem toca em nada relativo ao PSDB ou DEM. É estranho, portanto, que a reportagem do Globo procure a opinião de Sérgio Guerra, o maior adversário do PT, sobre a história. É claro que ele tentou faturar politicamete, na maior cara de pau. Dizer que “eles são viciados em dossiês, é uma questão obsessiva”, é pura baixaria.
A mídia e a oposição inventaram um novo demônio: O DOSSIÊ. Na verdade, não existe nada de intrinsicamente maligno num dossiê. Se um governo pretende preencher um cargo sensível politicamente, nada mais lógico que mandar fazer um dossiê sobre aquela pessoa. Não é proibido fazer dossiê. Mas a mídia satanizou a palavra e agora procura sempre associá-la, em manchetes garrafais, ao PT.
É impressionante, porém, como os tucanos resolveram baixar o nível da campanha. “Os petistas são cheios de hábitos estranhos”, afirmou Guerra, ao Globo. Ele trata do dossiê como se fosse uma espécie de crack e os petistas um bando de viciados. Ele usa o termo “viciados”.
Segundo o Ibope, o PT tem a preferência de 29% do eleitorado brasileiro, contra apenas 7% do PSDB. Essa tática de satanizar o PT através da mídia não tem surtido efeito. Ao contrário, produziu uma massa crítica fortemente favorável ao PT e fez surgir um petista já vacinado contra essas manipulações toscas.
Acredito que muitos pais, ao escutarem a pergunta: “pai, o que é dossiê?”, vão responder com um sorrisinho irônico: “isso é trololó da mídia, filho”.
Nota Re-patriated: O lixo produzido pelo jornal do Frias nem merece comentário, mas é uma boa desculpa para colocar a foto da Marina Mantega!
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