Antes de entrar no assunto que inspira o título do post, algumas informações são necessárias. O @ChicoBarreira, publicou hoje em seu Fatos novos, novas idéias, que: “Marina Silva estará reunida, hoje (13), com a direção nacional do PV (leia-se Fernando Gabeira e Alfredo Sirkis) para tentar evitar um confronto na Convenção do partido, domingo (17). Não estará sendo negociada uma mudança de posição. Ou seja: Marina continuará defendendo uma posição neutra (gn) no segundo turno e Gabeira insitirá no apoio a Serra, até porque ele já recebeu o dinheiro e agora precisa entegrar a mercadoria.
Então, o que se negocia é o tom das declarações públicas durante a Convenção, para evitar o escândalo e o desgaste de ambos os lados. Sobretudo, discute-se o tom do pronunciamento que Marina fará e que já deve estar sendo redigido.
Membros da equipe de Marina garantem que se o partido apoiar Serra, ela abandonará a sigla e partirá para a aventura de construir um novo novo partido até 2014, quando pretende disputar novamente a presidência. O que Gabeira e Sirkis querem evitar é que ela anuncie sua sua saída antes das eleições, o que seria um temendo torpedo bem no meio do casco da candidatura de José Serra.”
Conhecendo o histórico recente, o PV está na sua. Vende, em um primeiro momento, a imagem de independência para depois mostrar o que realmente é. Alternativo? inovador? Nada disso. É apenas um capacho DEMO-Tucano.
A direção da sigla, atolada em vários escândalos sempre pende para a direita. Em São Paulo apóia Kassab e o governo do PSDB. Normal, afinal tem na executiva municipal um cagueta que colaborou com a tortura no Chile de Pinochet. Quem sabe as afinidades do PV e de Serra remontem esses negros tempos ...
Isto posto, vamos ao comportamento de Marina Silva. Abandonou o PT, seu histórico e seus companheiros de outrora para investir em um projeto pessoal de candidatura à presidência. Para isso, filiou-se na legenda de aluguel mais adequada ao seu discurso ecologicamente correto. Em campanha se apresentou como a terceira via. Colocou os governos de FHC e Lula no mesmo pacote como uma crítica isenta, como se fosse uma extraterreste que acabava de chegar, esquecendo que foi ministra do atual governo. Prestou um desserviço ao país e pautou o final da campanha da direita quando se colocou contra o aborto e, por fim, angariou vinte milhões de votos das mais variadas correntes.
Findo o primeiro turno teve seus objetivos pessoais alcançados. Tornou-se conhecida nacionalmente, plantou a idéia de que é uma liderança nacional ascendente e uma alternativa viável. Não precisa mais do partido pelego e ruma para declarar uma posição de neutralidade no segundo turno.
Covardia. Uma pretensa líder não pode se furtar uma posição. Seja ela qual for. Afinal, a possibilidade de inserir pontos fundamentais de sua plataforma ao programa dos atuais candidatos não deve e nem pode ser desconsiderada por uma postulante séria.
Se Marina quer esquecer sua biografia e não apoiar Dilma que o faça de maneira clara. Se não tem a intenção de flertar com a direita, que diga isso claramente, ou ainda, se for pregar o voto nulo, que diga o porquê. O pleito ainda não acabou. Esse é o princípio de eleições em dois turnos. Composições responsáveis. Não é admissível uma postura neutra. Isso é oportunismo de quem quer preservar a imagem acima de qualquer proposta política e passa ao largo de ser oposição séria. Posicionamento é o que se espera da escolhida por tantos votantes, de alguém que está na política para somar.
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