Via Net tenta obter da Veja cópia do contrato denunciado
Por Conceição Lemes
Em conseqüência das denúncias publicadas pela revista Veja, a sede da Via Net Express Transportes Ltda, à avenida Cangaíba, 1932, no bairro Cangaíba, Zona Leste da capital paulista, está fechada hoje.
A reportagem contra Erenice Guerra, ministra da Casa Civil, tem como espinha-dorsal a publicação de um contrato que teria sido firmado entre essa empresa e a Capital Consultoria e Assessoria Ltda. No fechamento dele, teria ocorrido o pagamento de propina.
Nesse domingo, a Via Net divulgou nota à imprensa (ler abaixo), negando não só o referido contrato como qualquer outro com a Capital Consultoria e Assessoria, de Israel Guerra.
“Nós não conhecemos nem fizemos qualquer negócio com as pessoas citadas na reportagem da Veja”, reafirma ao Viomundo Marcos Paulo Baronti de Souza, advogado da empresa. “Hoje, no decorrer do dia, vamos tentar com a Veja, pela via amigável, obter uma cópia do contrato. Só depois teremos condições de definir as medidas judiciais cabíveis.”
Empresa acusada em reportagem da Veja nega existência de contrato
Por Luiz Carlos Azenha
Curioso, isso. A reportagem-denúncia da revista Veja contra Erenice Guerra, que analisarei com maior cuidado nas próximas horas, tem como espinha-dorsal a publicação de um contrato. Teria acontecido no fechamento dele o pagamento de propina.
Porém, a empresa Via Net nega a existência do contrato reproduzido pela revista:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
VIA NET EXPRESS TRANSPORTES LTDA, empresa de direito privado inscrita no CNPJ 02.701.816/0001-78, por seu advogado abaixo subscrito, vem esclarecer o que segue:
Em reportagem veiculada pela Revista Veja e demais meios de comunicação, a empresa Via Net Express Transportes Ltda é citada em reportagens que circularam nesse fim de semana.
Cumpre esclarecer que o sr. Fabio Baracat nunca foi sócio, procurador ou gestor, e tampouco pertenceu algum dia ao quadro de funcionários da empresa, fatos esses que podem facilmente ser comprovados.
A Via Net Express não conhece o contrato apresentado na reportagem, não assinou esse suposto contrato, não conhece a Capital Assessoria, não conhece seus sócios, nunca manteve qualquer contato e qualquer tipo de relação comercial com a mesma.
Por fim cumpre informar que a Via Net Express não possui nenhum tipo de contrato de prestação de serviços com o Correio, nem compra serviços de tranpostre aéreo nas aeronaves do Correio.
Para os transportes das mercadorias dos clientes da Via Net Express, esta utiliza as ofertas das cias aéreas disponíveis no mercado.
A Via Net Express, diante de todos esses fatos e principalmente das publicações envolvendo o seu nome buscará os esclarecimentos necessários, para em seguida adotar as medidas judiciais cabiveis.
São Paulo, 12 de setembro de 2010
Via Net Express Transportes Ltda.
Marcos Paulo Baronti de Souza
Empresário que “acusa” na Veja divulga nota desmentindo a Veja
Por Luiz Carlo Azenha
Empresário divulga nota desmentindo reportagem da revista ‘Veja’
Revista afirmou que filho de Erenice Guerra cobrou propina.
Ministra nega e afirmou em nota que processará publicação.
O empresário Fábio Baracat divulgou nota na tarde deste sábado (11) na qual desmente reportagem publicada na edição deste final de semana da revista “Veja”. Na reportagem, a revista apresenta relato atribuído ao próprio empresário sobre uma suposta negociação com o filho da ministra Erenice Guerra (Casa Civil)
Segundo a revista, para conseguir fechar um contrato da empresa Via Net com os Correios, ele teria feito um pagamento de propina equivalente a 6% do valor do contrato, de R$ 84 milhões. De acordo com a reportagem, a finalidade da suposta propina, intitulada “taxa de sucesso”, era “saldar compromissos políticos”.
A redação da TV Globo procurou o empresário Fabio Baracat, que, segundo um tio, se encontra em Paris. Por meio do tio, ele enviou por e-mail uma nota de esclarecimento em que afirma: “Fui surpreendido com a matéria publicada na revista Veja neste sábado, razão pela qual decidi me pronunciar e rechaçar oficialmente as informações ali contidas”. A revista “Veja” ainda não se pronunciou sobre a nota de Baracat.
Leia abaixo a íntegra da nota do empresário:
“NOTA DE ESCLARECIMENTO
Fui foi surpreendido com a matéria publicada na revista Veja neste sábado, razão pela qual decidi me pronunciar e rechaçar oficialmente as informações ali contidas.
Primeiramente gostaria de esclarecer que não sou e não fui funcionário, representante da empresa Vianet, ou a representei em qualquer assunto comercial, como foi noticiado na reportagem. Apenas conheço a empresa e pessoas ligadas a ela, assim como diversos outros empresários do setor.
Destaco também que não tenho qualquer relacionamento pessoal ou comercial com a Ministra Erenice Guerra, embora tivesse tido de fato a conhecido, jamais tratei de qualquer negócio privado ou assuntos políticos com ela.
Acerca da MTA, há 3 meses não tenho qualquer relacionamento com a empresa, com a qual tão somente mantive tratativas para compra.
Importante salientar que durante o período em que mantive as conversas com a mencionada empresa aérea atuei na defesa de seus interesses, porém o fiz exclusivamente no âmbito comercial, ficando as questões jurídicas a cargo da própria empresa e sua equipe.
Inicialmente, quando procurado pela reportagem da revista Veja, os questionamentos feitos eram no sentido de esclarecer a relação da MTA com o Coronel Artur, atual Diretor de Operações dos Correios, em razão de matéria jornalística em diversos periódicos, nesta oportunidade ratifiquei o posicionamento de que embora tivesse conhecimento de alguns assuntos que refletiam no segmento comercial da empresa (que de fato atuava), não podia afirmar categoricamente a extensão do vínculo dela com o Coronel Artur.
Durante o período em que atuei na defesa dos interesses comerciais da MTA, conheci Israel Guerra, como profissional que atuava na organização da documentação da empresa para participar de licitações, cuja remuneração previa percentual sobre eventual êxito, o qual repita-se, não era garantido e como já esclarecido, eu não tinha o poder de decisão da empresa MTA.
Enfim, na medida que a MTA aumentava sua participação no mercado, a aquisição da empresa se tornava mais onerosa para mim, até que culminou, além de parecer legal negativo, na inviabilidade econômica do negócio.
Acredito que tenha contribuído com o esclarecimento dos fatos, na certeza de que fui mais uma personagem de um joguete político-eleitoral irresponsável do qual não participo, porém que afetam famílias e negócios que geram empregos.
São Paulo,11 de setembro de 2010.
Fabio Baracat”
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